quinta-feira, 12 de novembro de 2015

A importância da espiritualidade religiosa para a terapia - Eduardo C. Feltraco


A importância da espiritualidade religiosa para a terapia

A espiritualidade não se resume nada mais e nada menos que a busca de respostas e questões intrigantes da vida, com seus significados e relações, diferenciando o sagrado e o profano. Em direção ao ponto podemos ter a total certeza em afirmar que, a motivação da espiritualidade compõe-se com certa de 80% da parcela de cura de dependentes químicos e demais necessitados que estão envolvidos numa CT (comunidade terapêutica), conforme filiações ligadas à Harvard e a Oxford, tais como FEBRATEC, FETEB, CRUZ AZUL e FENNOCT, ambas sem exceção religiosas com o foco enorme na ajuda espiritual ao paciente.
O estudo da Bíblia viabiliza a existência das CT’s, pois a fé cristocêntrica envolve uma série de aspectos psíquicos, como a utilização instrumental cognitiva, contextualiza no córtex pré-frontal, fazendo com que o indivíduo possa normalmente voltar a realizar suas tarefas normais, fazendo desse aspecto psíquico uma relação pulsional recebida do lobo parietal que é responsável por sugar essas emoções que deixam traços bioquímicos. Chamamos isso de emoções positivas secundárias, onde mais a frente explicarei a relação conexa dessas emoções com o incentivo da Palavra de Deus, fazendo em si um Imago Dei.
Sabemos pelo caso de Phineas Cage que o lobo frontal exibe a moral biológica não evoluída em um paciente com traumas e com dependências químicas. Esse concerto onde o nosso cérebro é conexo com nossa psyché enfatiza a área funcional de Lúria, onde nossos lobos cerebrais agem em harmonia como um órgão social. Interessante enfatizar que este mesmo não evoluiu, em seus três aspectos (regula, obtém e programa) houve sim um desenvolvimento, não de um significado evolutivo, mas uma plasticidade neural que ocorreu através dos diferentes estímulos que temos hoje.
Afirma o Dr. Jorge Maldonado, então, uma relação da Palavra de Deus, na questão espiritual para a ajuda de um paciente vinculado a uma CT: “O facilitador pastoral de intervenção em crises deve estar preparado para envolver-se com perguntas sobre a FÉ e ASSUNTOS DE SIGNIFICADO ÚLTIMO: a graça, os valores, o sentido da existência, enfim sobre a vida e morte.” Estas questões devem ser tratadas com o maior respeito. Afirma também outros aspectos que em média mudam cerca de 93,2% em quesito de melhoria psíquica saudável, tanto cognitiva quanto social: a visão do homem e do mundo, perante um reconhecer à sua semelhança divina e seu aspecto falho e pecado; a prática do amor incondicional, um quesito divino cientificamente inexplicável por trazer caráter de acolhimento, perdão, socorro, inclusão e ações coletivas; o diálogo com Deus, uma forma de aplicar a catarse, que apazigua, baixa a ansiedade e renova o ânimo do paciente; e finalmente a reinserção social, em reconhecer que todos ao seu redor são falho e pecadores, mas que podem abertamente concertar seus erros através da figura de Jesus.
Nesse padrão cabe a nós terapeutas admitirmos o sentido e a importância da espiritualidade da religião para o bem estar de nossas queridas pessoas. Não estamos contra nenhum ateísmo ou laicidade, como vide XVIII da Declaração Universal dos Direitos Humanos inciso IV e parágrafo primeiro do art. 44 do Código Civil, devemos aproveitar, logo assim, essa laicidade. Em questão de farmacologia, não podemos comparar com o poder da espiritualidade, para a recuperação desses seres que necessitam de amor e acolhimento, pois a medicina ainda não conseguiu chegar perto, da transformadora renovação de vida, que a espiritualidade judaico-cristão influiu positivamente sobre nossos pacientes. Sim, uma vida espiritual e religiosamente controlada, sem âmbito de fanatismo, contribui em grande e larga escala nestas formas de recuperação, afirma Jung.
 Em suma concordância, ao me deparar com cenas e centenas de casos, a espiritualidade não é uma forma de apelo da ciência, e sim uma forma de reconhecimento, trazendo a humildade, em saber que nosso sujeito psíquico, não é um ser biológico, mas sim intemporal e metafísico. A Palavra de Deus em seus sentido moral e animador ao paciente, carrega o poder que transforma os homens, que transformam o mundo e, reciprocamente, ou, semelhantemente a um bumerangue, transformam a si mesmo. A Palavra é como um bisturi, pode ferir mas pode curar, derrubar e animar, condenar e anunciar perdão, pode criar novos aprendizados e novos caminhos a seguir, rumo a Imago Dei.

"Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso.
Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve". Mateus 11:28-30.


CPPC – Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos - 50.681.071/0001-75.
Eduardo C. Feltraco



Fontes:

1 - Assim foi criada a Comissão de Direito e Liberdade Religiosa, tendo como norte a defesa de liberdades públicas, em especial o direito fundamental à liberdade de consciência, de crença e de culto, previstos nos incisos VI e VII do art. 5º da Constituição da República Federativa do Brasil além de presentes como direitos universais do homem no art. XVIII da Declaração Universal dos Direitos Humanos, caracterizando-se como uma das mais importantes liberdades públicas, agregando-se, ainda, o direito à organização religiosa previsto no inciso IV e parágrafo primeiro do art. 44 do Código Civil.
2 - Berne, E. "Trading Stamps", Transactional Analysis Bulletin, 3:127, Abr. 1964.
3 - 100 bilhões de neurônios, capítulo 20.
4 - ANVISA, 2003. RDC nº 101.
5 - DSM-IV. Porto Alegre, 2000, p. 172-3.
6 - Dalgarrondo, P. Psicopatologia e transtornos, 2000, p. 212.
7 - Gomes, CMA, 2002. p.35-107.
8 - Mediação do aprendizado, Vygotsky. 2008, p.212.
9 - Kevitz, ER. Vivendo com propósitos, a resposta cristã para o sentido da vida. 2003.
10 - Castro, SAP. O poder oculto da palavra. 1992, p. 145. FEUEC, mestre em educação.

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