O ajuste
preciso nesse sentido neutro e algo incontroverso e bem estabelecido. Os
físicos tem diversos exemplos de ajuste preciso. Antes de compartilhar alguns,
permita-me lhe dar alguns números para que possa sentir a sofisticação desse
ajuste preciso. O número de segundos em toda a história do universo e cerca de
10 na 17 (ou seja, o número 1 seguido por dezessete zeros:
100.000.000.000.000.000). Afirma-se que o número de partículas subatômicas em
todo universo é cerca de 10 na 8 (o número 1 seguido por oitenta zeros). Tais
números são tão grandes que são simplesmente incompreensíveis. Agora, com esses
números em mente, considere os seguintes exemplos de ajuste preciso. A chamada
força fraca, uma das quatro forças fundamentais da natureza, que opera dentro
do núcleo de um átomo, é algo tão precisamente ajustado que uma alteração em
seu valor que fosse de uma parte em 10 na 100 teria impedido a existência de
vida no universo! De modo semelhante, uma alteração na chamada constante
cosmológica, que dirige a aceleração da expansão do universo, que fosse de uma
parte em 10 na 120 teria resultado em um universo onde a vida não seria
possível. O ajuste preciso aqui está além da compreensão.
Ter uma
precisão de sequer uma parte em 10 na 60 é como mirar com um revolver em
direção ao outro lado do universo observável, distante à 20 bilhões de
anos-luz, e acertar um alvo de 1 polegada! Os exemplos de ajuste preciso são
tantos e tão variados que é improvável que eles desapareçam com o avanço da
ciência. Quer gostemos ou não, o ajuste preciso é somente um fato da vida que é
cientificamente bem consolidado. Quando consideramos a hipótese de existirem
universos controlados pelas nossas leis da natureza, quase todos eles não
permitem a existência de vida. Logo, são praticamente nulas as chances de que
um universo escolhido aleatoriamente fora desse grupo permitisse a existência
de vida.
O conhecido
escritor irlandês C.S. Lewis, no livro God in the Dock (Deus no Banco dos
Réus), diz o seguinte: “Se o sistema solar veio a existir devido a uma colisão
acidental, então, o aparecimento da vida orgânica neste planeta também foi
acidental, e toda a evolução do homem foi acidental também. Se este é o caso,
todos os nossos pensamentos presentes são meros acidentes - acidentes criados
pelo movimento dos átomos. E isto é valido tanto para os pensamentos dos
materialistas e astrônomos como para qualquer outra pessoa. Mas, se os seus
pensamentos - isto é, do materialista e do astrônomo - são meramente produtos
acidentais, por que deveríamos crer que eles são verdadeiros? Eu não vejo razão
para crer que um acidente possa dar a explicação correta do porquê de todos os
demais acidentes”. O exemplo da bomba, quando ela explode, produz muito calor.
Com o passar do tempo, esse calor produzido inicialmente se dissipa, ficando
apenas um pequeno calor residual. Esta temperatura residual encontrada no universo
tem sido utilizada para calcular a sua idade. Em 1965, Amo Penzias e Robert
Wilson detectaram um sinal vindo de todas as direções do espaço. Este sinal,
observado no comprimento de onda de 7,35 cm, possuía um espectro de radiação
idêntico ao de um corpo negro. A temperatura correspondente a esta radiação era
de 2,726 Kelvins (aproximadamente 270° Celsius abaixo de zero). Baseada nesta descoberta,
a temperatura do espaço tem sido medida pelos dois satélites já mencionados,
COBE e WMAP. Este último produziu uma imagem com precisão 35 vezes maior que a
produzida pelo COBE e com temperaturas avaliadas entre 2,7249 Kelvins a 2,7251
Kelvins.
Atualmente, esta
radiação de fundo não é mais considerada como luz vinda diretamente do big
bang, mas sim luz proveniente do universo quando este já havia esfriado a uma
temperatura de 3.000°C, cerca de 300.000 anos após o big bang. Numa temperatura
como esta, átomos são formados a partir de um estágio inicial de partículas subatômicas
carregadas numa forma de plasma. Esta temperatura se faz crucial para a teoria
pelo fato de a luz ser radiação eletromagnética e o plasma ser um meio opaco.
Haveria necessidade de este plasma se condensar em matéria para que o universo
se tornasse “transparente”. Segundo esse modelo cosmológico, a temperatura
durante o período inflacionário (que durou aproximadamente 0,000000000
00000000000000000000001 segundo) foi de 10 na 19 Kelvins (ou 1 com mais 19
zeros). 100 segundos após o período inflacionário, a temperatura do universo
teria caído para 109 Kelvins. Isto e um esfriamento de 100.000 trilhões de
graus por segundo! Durante estes 100 segundo inicial, de acordo com a teoria,
teria ocorrido a formação dos elementos químicos deutério (2H) e hélio (4He2).
No final do período da fixação da radiação de fundo, o universo estaria com uma
temperatura de 107 Kelvins.
Sabemos que a
temperatura atual é de aproximadamente 3 Kelvins, medida pela radiação de
fundo. Portanto, o universo teria experimentado um processo de resfriamento
extremamente acentuado nos seus primeiros 10 mil anos de existência, segundo
esta teoria (temperatura inicial superior a 10 na 19 Kelvins caindo para 104
Kelvins em 10.000 anos). Isto significa uma dispersão de calor da ordem de 10
na 15 Kelvins em média, por ano, durante os primeiros 10.000 anos de vida do
universo!
Comecemos com
o número de átomos existentes no universo, pois a vida é feita de matéria
conhecida (átomos). O número aceito de átomos no universo é da ordem de 10 na
80 (o número um seguido 80 zeros). Precisamos agora definir outros dois
fatores: o tempo desde o início até hoje e o número de interações atômicas por
segundo por átomo. O tempo de 13,7 bilhões de anos seria equivalente a 4,32 x
10 na 17 segundos. Vamos arredondar para 10 na 18 (o que seria equivalente a
cerca de 30 bilhões de anos — mais que o dobro da idade atualmente aceita).
Para o número de interações atômicas por segundo por átomo, vamos assumir 10 na
12, o que é um valor extremamente generoso e que inclui também a parte cinética
das reações químicas. Vamos assumir também que cada interação atômica sempre
produz uma molécula. Portanto, 10 na 8 x 10 na 18 x 10 na 12 nos daria o número
de 10 na 110 moléculas únicas que teriam se formando desde o início do universo
até hoje (usando a idade de 30 bilhões de anos), afinal, seriam 13 ou 30
bilhões de anos? Confusa esta questão!
Vários trabalhos de origem teórica, mas baseados em fatos experimentais
tridimensional, indicam que cerca de 50% do agrupamento de aminoácidos deve
estar uma proteína especificado de forma correta, tendo uma ordem correta. Se
considerarmos uma proteína de 200 aminoácidos, o número de tentativas randômicas
seria de 20 na 100 ou 10 na 13u (1,268 x 10 na 130). Estamos considerando que
dos 200 aminoácidos, apenas a metade, 50%, deve estar na ordem correta. Compare
este valor, 10 na 130, com o número máximo de interações desde o início do
universo até hoje, 10 na 110 (considerando um universo com 30 bilhões de anos e
não com 13,7 bilhões). Expressado por este cálculo:
Mesmo fazendo
com que as suposições sejam as mais favoráveis ao naturalismo, a estatística
mostra a impossibilidade. Em outras palavras, como seria possível, dentro de
uma lógica cientifica, aceitar um evento onde uma geração espontânea tenha
ocorrido? As possibilidades são contra! Sendo
que a probabilidade de uma geração espontânea, do ponto de vista estatístico, não
existe, a proposta criacionista torna-se ainda mais evidente. Se algo não pode
ocorrer naturalmente é porque foi criado. O argumento é simples e direto.
Eduardo
C. Feltraco
19/11/2015
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reservados pela CRKP® - Genética Humana/UNIJUI
Referências:
Hubert P. Yokey, A Calculation of the
Probability of Spontaneous Biogenesis by Information Theory, Journal
ofTheorical Biology, 67,1978, p. 377-398.
Estes cálculos apareceram na publicação
de Fred Hoyle e N.C. Wickramasinghe, Evolution from Space, J.M. Dent, London,
1981.
Estes cálculos se encontram no
livro do Prof. Dr. Werner Gin, In the Beginning Was Information, Christliche
Literatur-Verbreitung e.V., 1997, p. 170-205.
James Perloff, Tornado in a Junk Yard: The
Relentless Myth of Darwininsm, Refuge Books, 1999, p. 63-64.
Klaus Dose, The Origin of Life:
More Questions Than Answers, Interdisciplinary Science Review, Vol. 13,
N°4,1988, p. 348.
Carl Sagan, F. H. C. Crick, L. M. Muchin, Communication
and Extraterrestrial Intelligence (CETI) de Carl Sagan, ed. Cambridge,
MA, MIT Press, p. 45-46.
M. Fugika, C.J. Hogan e P. J.E. Peebles, The
Cosmic Baryon Budget, Astrophysical Journal, 503, 1998, p. 518-530. Ver também
C.W. Allen, Astrophysical Quantities, 3a edicao, University of London, Athlone
Press, 1973, p. 293.
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