quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Antropologia e o Fato Social Total - Eduardo Feltraco





































 
        Em palavras rápidas, uma escolha é predeterminada por um caráter biológico? Não, certamente, isso foi o que disse Marcel Mauss sobrinho de Durkheim, no olhar do que estuda as culturas, etnias e crenças, nada mais nada menos que a Antropologia, um tema pouco falado.

          Boas e Malinowski vão nos dizer que a liberdade de escolher é um caráter natural próprio do ser humano e que não importa a culturalidade e a região exposta, essa liberdade ainda é válida, o que há é uma tendência para um indiano ser Hindu, mas por não ser biológico não é algo concreto. Estanho não um japonês nascer no Japão de pais japoneses com olhos puxados vir para o Brasil e nunca se quer ter falado em japonês, não é?

Isso Lewi Strauss vai nos trazer, que o que traz o ser biológico é apenas características físicas, mas em aspectos culturais é a nossa livre escolha, chamado ritos de passagem, tudo isso organizado num Fato Social Total trazido por Mauss.

Para a Antropologia, Darwin e Lamarck são simplesmente um nada, pois para a cultura não há uma adaptação para sobreviver e sim uma escolha para sobreviver, independendo do lugar que nasci a cultura de lá vai sim me influenciar, mas não vai me prender a escolher tal crença porque escolher não é biológico.


Tendo isso em foco e o total devasto dos absurdos de outras religiões e seitas, há o indício que uma única Verdade padrão para se seguir, que é tomado em todos os paradigmas da Filosofia trazido por Heidegger e Kant, sempre nessa base, porém o homem constrói razões sobre esse padrão, e vemos que tem afetado de mais nosso mundo atual, trazendo o conceito de UM só Deus, devido a um padrão imutável, objetivo (fixo num eixo) e não subjetivo, que se organiza além do tempo e espaço, Sartre irá nos dizer em 1980 que o Ser está deixando seus rastros, basta um tampar de olhos para deixar de lado esta hipótese que nos caracteriza. Estando nisso a própria linguagem. Vemos o sujeito em constante processo, mas o objetivo simplesmente determina o conhecimento, nos fala Russel.

Referências:
LÉVI-STRAUSS, Claude. Tristes Trópicos. São Paulo: Anhembi, 1957:261.

FARIA, Luis de Castro. 1984. A Antropologia no Brasil: Depoimento sem Compromisso de um Militante em Recesso. Anuário Antropológico 82. Brasília: Tempo Brasileiro. pp. 229, apud Fernanda Peixoto, op. cit.

SPINELLI, Miguel. Bacon, Galileu e Descartes. O renascimento da filosofia grega. São Paulo: Loyola, 2013, pp.23-130

HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. Tradução de Fausto Castilho. Campinas, SP; Rio de Janeiro, RJ: Editora da UNICAMP: Vozes, 2012.

Mauss, M. 1990 (1922). The Gift: forms and functions of exchange in archaic societies. Londres: Routledge.

Sartre (1963), pp. 21-27

NIETZSCHE, Friedrich. A Gaia Ciência. São Paulo: Hemus, 1981. p. 343.

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