Em palavras rápidas, uma escolha é predeterminada por um caráter biológico? Não, certamente, isso foi o que disse Marcel Mauss sobrinho de Durkheim, no olhar do que estuda as culturas, etnias e crenças, nada mais nada menos que a Antropologia, um tema pouco falado.
Boas
e Malinowski vão nos dizer que a liberdade de escolher é um caráter natural
próprio do ser humano e que não importa a culturalidade e a região exposta,
essa liberdade ainda é válida, o que há é uma tendência para um indiano ser
Hindu, mas por não ser biológico não é algo concreto. Estanho não um japonês
nascer no Japão de pais japoneses com olhos puxados vir para o Brasil e nunca
se quer ter falado em japonês, não é?
Isso Lewi
Strauss vai nos trazer, que o que traz o ser biológico é apenas características
físicas, mas em aspectos culturais é a nossa livre escolha, chamado ritos de
passagem, tudo isso organizado num Fato Social Total trazido por Mauss.
Para a
Antropologia, Darwin e Lamarck são simplesmente um nada, pois para a cultura
não há uma adaptação para sobreviver e sim uma escolha para sobreviver,
independendo do lugar que nasci a cultura de lá vai sim me influenciar, mas não
vai me prender a escolher tal crença porque escolher não é biológico.
Tendo isso em
foco e o total devasto dos absurdos de outras religiões e seitas, há o indício
que uma única Verdade padrão para se seguir, que é tomado em todos os paradigmas
da Filosofia trazido por Heidegger e Kant, sempre nessa base, porém o homem
constrói razões sobre esse padrão, e vemos que tem afetado de mais nosso mundo
atual, trazendo o conceito de UM só Deus, devido a um padrão imutável, objetivo
(fixo num eixo) e não subjetivo, que se organiza além do tempo e espaço, Sartre
irá nos dizer em 1980 que o Ser está deixando seus rastros, basta um tampar de
olhos para deixar de lado esta hipótese que nos caracteriza. Estando nisso a
própria linguagem. Vemos o sujeito em constante processo, mas o objetivo
simplesmente determina o conhecimento, nos fala Russel.
Referências:
LÉVI-STRAUSS, Claude. Tristes
Trópicos. São Paulo: Anhembi, 1957:261.
FARIA, Luis de Castro. 1984. A
Antropologia no Brasil: Depoimento sem Compromisso de um Militante em Recesso.
Anuário Antropológico 82. Brasília: Tempo Brasileiro. pp. 229, apud Fernanda
Peixoto, op. cit.
SPINELLI, Miguel. Bacon,
Galileu e Descartes. O renascimento da filosofia grega. São Paulo: Loyola,
2013, pp.23-130
HEIDEGGER, Martin. Ser e
tempo. Tradução de Fausto Castilho. Campinas, SP; Rio de Janeiro, RJ:
Editora da UNICAMP: Vozes, 2012.
Mauss, M. 1990 (1922). The Gift: forms and
functions of exchange in archaic societies. Londres: Routledge.
Sartre (1963), pp. 21-27
NIETZSCHE,
Friedrich. A Gaia Ciência. São Paulo: Hemus, 1981. p. 343.
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